Sai Sarney! Tá na hora.

Chegou a hora. Tá bem que rabo preso faz parte da anatomia de nossos políticos. Naquela casa de tolerância que chamamos Senado, será surpresa encontrar reputação ilibada que justifique o termo. Tolera-se todo tipo de bandidagem. Mas o velho Imperador do Maranhão tá de sacanagem com a gente. Ocupou a tribuna do Senado para, no lugar de explicar, dizer que está acima de qualquer crítica e que não pode ser questionado. Foi ridículo: “Por que me cobrarem? Vão cobrar dos outros. O problema é do Senado e não meu.” Entendo o que ele quer dizer. Como está tudo uma grande putaria, por que logo comigo – pensa o velho Sarney – vão querer começar a limpeza? José Sarney foi e é Presidente do Senado durante o período onde as bandalheiras aconteceram. Recentemente, Sarney descobriu (?) que ganhava uma ajuda de custo de R$3.500 e nem percebia no contracheque. O filho ganhou e perdeu cargo através de decretos internos não publicados, que a imprensa chama de “secretos”. Todo dia encontra-se mais um parente ou apadrinhado de Sarney ganhando pelo Senado e trabalhando diretamente para o velho lambão. Hoje, descobriram dois funcionários do Senado que trabalhavam em São Luis, na Fundação José Sarney, cujo objetivo é preservar a memória do grande estadista. É mole?

Acho difícil conseguirmos expelir a nódoa Sarney. O cancro está instalado e enraizado há muito tempo. O presidente Lula, com seu senso de oportunidade para tirar partido das situações, aproveitou o “momento sarjeta” e veio em seu socorro dizendo que “Sarney não pode ser julgado como uma pessoa normal”. Com isso, o esperto Lula garantiu o apoio do PMDB para barrar a CPI da Petrobras. Bem, mesmo com poucas chances de sucesso, pois a coisa tá preta e suja, propomos uma solução nipônica para Sarney: ele pode se suicidar no plenário. Se isso for meio drástico, pelo menos, se for acometido de um lampejo de serenidade honesta, tome uma atitude mais tupiniquim: que peça pra cagar e vá embora!