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No artigo original, elogiávamos a atitude do prefeito que mandou retirar a propaganda da Coca Cola do gramado do aterro. Infelizmente, a mesma propaganda continua enfeando o gramado da pista da Lagoa, do lado do Jockey. Será que o prefeito só viu a bagunça do Aterro? A culpa não é só da prefeitura, a Coca Cola podia ter um pouco mais de respeito com a cidade e decidir melhor onde colocar suas propagandas!
03.02.10 O prefeito Eduardo Paes mandou retirar a propaganda colocada pela Coca Cola no gramado do Aterro do Flamengo. Enfim! Já estava na hora de acabar com esta prática de enfear o espaço público para gerar fonte de renda para algum esperto da prefeitura. Eduardo Paes ficou bem na foto. A Coca Cola fica mal. A gigantesca empresa devia ter mais cuidado com os lugares onde planta sua propaganda. Ao invés de cuidar do visual do Aterro, o fabricante de refrigerantes estraga a paisagem para propagandear os eventos que patrocina. Que coisa feia! Já faz dois anos que reclamamos solitários da utilização de nossos parques para erigir painéis de propaganda. São Paulo criou lei proibindo todas elas. O Rio precisa resolver isso antes das Olimpíadas chegarem.
artigo original 16fev2008 A foto que aparece mais abaixo no artigo foi mal feita. O veículo estava em velocidade, o vidro do pára-brisa estava sujo, o motorista não podia se descuidar do volante. Apesar disso, aí está ela, evidência inquestionável do descalabro da administração do César Maia, do total descaso com a coisa pública e do uso dos recursos do município para o proveito de uns poucos. Isso tudo feito à custa de que se deteriore o maior bem de nossa cidade: sua beleza.
No Brasil, os crimes, a falta de competência, o desleixo, só aparecem quando a situação chega a um limite. Pois é, encontrei a grosseria que explicita a falta de cuidado de César Maia com o Rio. Vejam a foto. A partir dela, faço a pergunta: Qual a importância que há para a cidade de se erigir uma parede no canteiro central do Aterro, na praia de Botafogo, apenas para fazer propaganda de mais um filme estrangeiro que está sendo exibido no circuito do Rio? O mesmo outdoor foi colocado na Barra da Tijuca, junto ao muro do Jockey, na Lagoa, e, provavelmente, em muitos outros lugares do Rio. Afinal, se é para ganhar uma grana, não há porque ser comedido. Atentem! Não é um festival de Jazz. Não é uma Olimpíada Pan-Americana. Nem é a árvore de Natal do Bradesco. É apenas mais um filme que passa nos cinemas, o filme Juno, que, como bem ensina o cartaz da foto, já faturou 100 milhões de dólares nos EUA. Parece que a comédia é boa. Mas isso não lhe credita que sua propaganda possa ser usada para poluir o visual da nossa já maltratada cidade.
Não é de hoje que se observa o modo desregrado com que proliferam painéis de propaganda no Rio de Janeiro. Além da imensa quantidade de outdoors escondendo casas e surgindo em qualquer parede que seja visível por quem passa, o espaço público mais nobre é usado para alardear os eventos. Colocam-se bandeiras nos postes, esculturas nos gramados, tem de tudo. A propaganda utilizada é marcadamente poluidora. O problema não é geral do país. É crítico no Rio de Janeiro. Enquanto em São Paulo a legislação acabou com as propagandas em laterais de prédios e outdoors grotescos, o prefeito do Rio acha que isso é irrelevante e informa que deve haver um “equilíbrio” da utilização das propagandas. O fato é que equilíbrio para o prefeito é o mesmo que “vale tudo”. Nosso atento prefeito, que acha que o melhor do Carnaval do Rio é em Paris, onde se asilou durante os feriados momescos, prega o “equilíbrio”. Infelizmente, na área de cuidados com a aparência, César sempre primou pelo desequilíbrio. Lembram? É obra dele a aberração que é o obelisco de Ipanema.
Podemos pensar assim: alguém na Prefeitura, tal qual os camelôs que se instalam em todas as calçadas, se apoderou do gramado do aterro junto ao Morro da Viúva e vai explorar a propaganda do outdoor que montou por ali. Imagino o sujeito contatando empresas e oferecendo o excelente ponto de mídia, visível pelos moradores da Zona Sul que vão e voltam de carro para o trabalho no Centro da Cidade. É difícil que o procedimento possa ser classificado apenas como má gestão. Por esse serviço, é provável que alguém vá abiscoitar parte, ainda que pequena, dos tais 100 milhões que a comédia já rendeu. Das duas uma: ou o aluguel do outdoor vai para o cofre do município para cobrir o déficit que o boicote ao IPTU está causando nas contas do César Maia, ou vai mesmo é para o bolso do nosso burocrata empreendedor. Vocês escolhem qual o destino mais provável do dinheiro.
Ou seja, nada de novo, apenas, mais um sintoma de nossa esculhambação. Ficamos assim.