A Morte do Subjuntivo

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Inspiro-me no artigo de João Ubaldo, em O Globo desse domingo (07.06.09). O escritor tem escrito sobre a depredação que a língua portuguesa vem sofrendo. Solidarizo-me com o nobre colega. Tá danado! Depois do vírus do telemarketing, que espalhou o gerundês pelo país todo, outras epidemias continuam o ataque ao idioma. De uns tempos pra cá, observo a deterioração desse interessante tempo verbal: o Subjuntivo. Ele estava moribundo.

Alguns verbos foram sacrificados. Propor, por exemplo, faleceu há tempos. Que tal um “se eu propor”? Dói, né? Há quanto tempo não se ouve um raro “propuser”? Manter também está no grupo dos perdidos. Se eu “manter” isso, se eu “manter” aquilo. Uma tortura.

Lembro do dia e hora da morte. O atestado de óbito do subjuntivo foi passado por uma bela aeromoça. Eu estava em lugar solene, lá nas alturas, sentado em minha poltrona no avião. A simpática atendente percebeu que eu já tinha vertido toda minha coca-cola e, solícita, se ofereceu para levar a latinha vazia: “Quer que eu pego?” Que tal? Quer que eu pego? Foi emblemático. O subjuntivo se fora. Que Deus o tenha.

Um comentário em “A Morte do Subjuntivo”

  1. Se fosse só uma comissária de bordo a falar errado,tudo bem;afinal a moça aprendeu a servir lanchinho somente. Agora,ouvir uma tolice dessas da boca de um jornalista da Globo é… Inacreditável!

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