Há mais de dez anos, Ernesto Friedman escreveu ensaio aqui em Polemikos onde mostrava em linhas gerais o modelo de ganhos financeiros que vem há décadas encantando e extraindo dinheiro de milhares de ingênuos. Alguns espertos dominam as técnicas que Friedman resolveu compartilhar com toda a humanidade. Seu novo livro A Receita – como enganar muitos e sorrir está na Amazon. Vale a pena se aprofundar nas regras para extrair dinheiro dos outros. Se você não pretende se aproveitar dos outros, A Receita serve como um guia para se proteger dos esquemas que os praticantes dA Receita aplicam todo o tempo. Afinal, o modelo dos esquemas dA REceita é radical: ou você conhece e, se quiser, aplica nos outros, ou você será a vítima. Você decide.
Autor: Tiresias da Silva
Dona Cecília Maggessi Neira
Um dia teria que escrever sobre ela. Não é todo mundo que conhecemos pelo nome todo. Li hoje uma crônica do Artur Xexéo sobre uma tia (na verdade, uma amiga de sua mãe) de que se lembrava, de sua infância. E lembrei dela mais uma vez. Quem é ela? Dona Cecília Maggessi Neira. Como consigo lembrar de seu nome completo depois de sessenta anos? Tem um bom motivo. Ela foi minha professora por todo o primário na Escola México, ali em Botafogo, entre a Voluntários e São Clemente. Era de praxe, nas aulas de português, que preenchêssemos o cabeçalho da folha de papel com pauta que receberia nossos garranchos com nosso nome e… o nome da professora. Por certo, o nome de Dona Cecília foi aquele, além do meu, que mais escrevi de próprio punho em toda a vida. Continue lendo “Dona Cecília Maggessi Neira”
Presunção de Inocência no Brasil
Acho que entendi. No Brasil é assim. Você começa roubando e deve juntar dinheiro para dar propina e continuar solto roubando. E você vai subindo na cadeia alimentar da canalhada. Quando você é bom mesmo na roubalheira, você entra para a política e passa a roubar os votos dos incautos brasileiros. Se você exagerar, a fama pode levá-lo a ser julgado num Supremo Tribunal. Nesta mais alta corte, um bando de palhaços togados que você mesmo indicou vão retribuir a gentileza e praticar contorcionismos chineses no picadeiro do tribunal para justificar que você não deve ser impichado pois foi eleito pelo povo, que, aliás, foi manipulado pelo dinheiro da propina que você eficientemente distribuiu. Daí, de presumidamente inocente, você passará a inocentado, podendo continuar sua profícua carreira criminosa. Os ladrões são todos inocentes.
O Mito da Vitamina C
Virou quase uma religião. As pessoas tomam vitamina C mesmo estando comprovado que ela não serve pra nada. É fato: vitamina C não cura resfriado. Se você exagerar e tomar doses muito altas, numa frequência elevada, a vitamina pode fazer mal a seu fígado. Sem novidades. Qualquer droga consumida de forma exagerada vai ser ruim pro fígado da criatura.
Reconheço que ao dissolver uma pastilha de Cebion num copo d’água, depois ouvir o barulho das borbulhas e sorvermos o líquido laranja com gostinho de refresco, ficamos certos de que fazemos algo saudável. Infelizmente, não.
Linus Pauling ganhou o Prêmio Nobel de Medicina. Fez várias contribuições notáveis para a ciência. Mas seu maior feito foi criar um negócio de bilhões de dólares disseminando a ideia errada de que vitamina C cura gripe. Ele tentou uns ensaios fajutas para comprovar o efeito da vitamina C. Não conseguiu. Mas, mesmo assim, criou o mito. Ainda hoje, a venda do placebo vitamina C rende zilhões para a indústria farmacêutica.
Depois de ler esse artigo, você fica sabendo que a vitamina não ajuda em nada. Fica valendo o ditado: “Um resfriado bem tratado se cura em sete dias. Se for mal tratado, você fica bom em uma semana.”
Veja também artigo: WhatsApp does vitamin C actually do?
Sérgio Cabral precisa penar na cadeia
Sérgio Cabral não pode sair pela porta dos fundos de Bangú através da delação dos (ex)camaradas de sua quadrilha. Tá virando zona. De repente, ele volta pro Leblon, pra cumprir pena em prisão domiciliar num apartamento de 400m2. É mais um acinte com o povo do Rio de Janeiro. Quero ver como a população vai reagir.
Advogados atuando na operação Lava-jato enfim mostram serviço
Os advogados que defendem os envolvidos na corrupção desbaratada pela Operação Lava-jato resolveram agir. A coisa não vem andando como o esperado. Os bacanas pagam uma grana preta aos melhores advogados (sem dúvida, os mais caros) e continuam enjaulados como canarinhos. Só saem quando decidem abrir o bico e cantarolar os nomes e ações dos outros envolvidos. Os clientes devem ter começado a se perguntar se a grana que eles tão dificilmente colheram na distribuição de propina estava sendo bem empregada. Os advogados se assustaram. Como continuar a manter o “ganha-brioche”? A prosaica solução foi cobrar em matéria paga nos jornais uma atitude mais benevolente da equipe de procuradores e juízes da Lava-jato. O texto do esperneio podia ter começado assim: “Não era esse o combinado!”
Ficou meio ridículo o choro dos defensores de personagens de honestidade ilibada do quilate de Nestor Cerveró, Delcidio do Amaral, Eduardo Cunha, Renan Calheiros e outros. Mas eles agiram bem. Como não podem fazer mágica, livrando essa turma da cadeia, eles optaram por mostrar aos clientes que estão pressionando para ter alguma moleza nos processos. Os presos (atuais e futuros) estão agora mais tranquilos com a destinação dos milhões amealhados no trabalho duro por eles perpetrado em prol do desenvolvimento do país.
Fica minha opinião quanto ao rigor com que a PF e Ministério Público têm apertado os membros da quadrilha: “Eu acho é pouco.”