o Brasil agora é tão desenvolvido como os EUA: também temos chacinas nas escolas

Os debates que eu tinha com uma amiga sempre desandavam num ponto da conversa. Discutíamos sobre a situação de nosso país até chegar o momento crucial em que eu me exaltava e afirmava que “o Brasil era uma merda”. Pronto! O pau comia. Ela considerava a afirmação falta de patriotismo. Afinal, se amamos nosso país, temos que dizer que ele é ótimo, assim ela pensava. Eu tentava dizer que ver os defeitos não me impedia de amar meu país. Eu insistia e ela sacava o argumento – para ela – definitivo. Se não gosta daqui, por que não vai morar lá fora? Minha resposta a enraivecia ainda mais. Eu topava sair, só pedia que alguém bancasse minha vida em Paris, para eu manter o bom padrão que tenho aqui nas terras indígenas verde e amarelas. Continue lendo “o Brasil agora é tão desenvolvido como os EUA: também temos chacinas nas escolas”

Uma semana de circo e descaso

Teve presepada em todos os níveis. Comecemos pelos camarotes. Amy Winehouse veio ao Brasil recompor o caixa, que tem sofrido grandes retiradas para pagar o champagne, as pizzas e as clínicas de reabilitação. Foram polpudos 12 milhões de reais. Um espetáculo de grana. De música, foi menos. A moça faturou, bebeu todas no hotel de Santa de Tereza, que ficou muito famoso, belo tiro de marketing. Os artistas da moda foram aos shows de graça às custas do banco patrocinador. E ficaram todos felizes. Menos eu, que não fui convidado. Registro aqui minha inveja de ter perdido a boca livre.

Já, para o povo da arquibancada, foi armado o espetáculo “A Volta de Ronaldinho”, o gaúcho que não quer jogar no Rio Grande do Sul. O noticiário inclemente chegou a incomodar, analisando de todas as formas banais possíveis o leilão do ex-craque, que, depois de ficar com as grossas pernas bambas, vem faturar seu último caro suspiro nos clubes brasileiros. Continue lendo “Uma semana de circo e descaso”

O Verdadeiro Espírito de Natal

Nesta época do ano, proliferam mensagens de correio eletrônico instando os destinatários a abrirem seus corações, amarem os mais próximos (amar o próximo é mais difícil), suas famílias e vai por aí… Fala-se também de “abrir a mão”, ser financeiramente generoso, comprando presentes para seus entes queridos e amigos amigáveis. Cumprir estas missões é fácil. Se houver dindim no bolso, comprar presente é um prazer. Criar crédito no coração alheio é um investimento social recomendado.

Mas é este o verdadeiro espírito de Natal? Eu quero ver é você desejar saúde e fortuna para aqueles que te encheram o saco durante todo o ano. E não falo do saco de presentes de Natal. Continue lendo “O Verdadeiro Espírito de Natal”

o engajamento de Ney Matogrosso na luta contra a Hanseníase

Um artigo antigo de Polemikos comentava sobre o papel de líderes na sociedade que davam sua contribuição na luta contra a Hanseníase. Ney Matogrosso usou seu espaço na Revista do Globo de domingo (21.11.10) para reafirmar sua participação na luta e suas críticas ao tratamento do assunto no Brasil. O artigo de O Globo (que tomamos a liberdade de apresentar abaixo) diz tudo por si só. Continue lendo “o engajamento de Ney Matogrosso na luta contra a Hanseníase”

drogas, guerras, mocinhos e bandidos … e quando teremos soluções?

O dito tráfico de drogas são fornecedores de produtos demandados com firmeza pela população. Como a população quer muito – e a ilegalidade atrapalha – os preços são elevados, a margem de lucro é altíssima e a dinheirama do negócio proibido sai comprando policial, guarda penitenciário, juiz e, não menos importantes, os políticos. Arnaldo Bloch resume, em sua crônica de 27.11.10, a pressão de demanda dos consumidores: “A demanda existe e existirá, sempre. Por álcool, por café, por chocolate, por maconha, por cocaína, por Prozac, por Viagra, tudo que vier da terra ou dos loucos laboratórios. A não ser por mutação genética, o ser humano sempre cavará o chão para provar todos os gostos, cheiros e efeitos.” Continue lendo “drogas, guerras, mocinhos e bandidos … e quando teremos soluções?”

é o momento de decisão da população do Rio de Janeiro

Não tem volta. Se a polícia, o governo, a população cederem agora, o tráfico vai voltar mais forte do que nunca. Não podemos recuar. O efeito demonstração para a sociedade de nossa covardia será o pior possível. Os jovens que são assediados pela marginalidade, vão ver esta fraqueza como a grande força da alternativa do tráfico. Eles pensarão que vale a pena.

O Rio de Janeiro é a fronteira onde o Brasil está lutando a guerra contra a força do tráfico de drogas. Vi cena na TV em que uma mulher agitava, na janela do apartamento, uma bandeira pedindo paz. O que isso quer dizer? Que viver como cordeiros nas mãos de traficantes ou milicianos é a solução para se obter a desejada paz? Não. O bom caminho é pedregoso. Esta é a hora da luta pela cidadania. Se há uma figura pública no Brasil que respeito e de quem não invejo a vida, é o Secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame. Esse cara não tem exatamente uma vida tranquila. O mínimo que posso fazer é dizer que tem meu apoio.