Nossas opiniões são as melhores

Disso, temos certeza. Aliás, cada emissor de opinião tende a sofrer do mal da prepotência. Como minha opinião é a melhor, sofro muito tendo que ouvir opiniões derivadas de superstições, desconhecimento de estatística, preconceitos, medos em geral, antipatia ou, com alta frequência, a pura e simples ignorância capitaneando os motivos anteriores. Me solidarizo com Armaldo Bloch, que sintetiza em sua matéria deste sábado em O Globo, o fenômeno da liberalização do direito de cada um dar sua opinião. Sou contra! A liberdade para cada um poder dizer qualquer besteira, respaldada em nada, ou em suposições, crenças, deveria ser cerceada. Qualquer demente que vê uma janela de conversa, ou um facebook aberto, se permite opinar com cretinice radical. Isso não é manifestação, é a vandalização das idéias.

Assim, proponho derrubar a ditadura das opiniões (título do artigo de Bloch). Vamos partir para a revolução pela reintegração da razão.

Em tempo: A Igreja vai canonizar papas recentemente falecidos ou não, nem sei direito, baseando-se em fatos (?) de curas realizadas pelos pontífices, que a Igreja pretende como milagres. A possibilidade de que as curas tenham ocorrido por um dos milhares de acasos da natureza é descartada em favor da criação de um fato de marketing para a Igreja Católica. Não sou do contra. Acho apenas que trata-se do uso de uma imprecisão (talvez má fé… olha a fé aí!) direcionada para atender aos interesses da Igreja. Pô, calma pessoal, é a minha opinião!

Registro um belo parágrafo do artigo de Bloch, em O Globo de hoje:

“Ofendido por choques de realidade, o falso opinante se vê assombrado por um mal que está em toda parte. O mal, no caso, nada mais é que o medo de topar com sua própria ignorância e tornar-se um ser inválido para qualquer fim.”

Propostas para pedir nas ruas: Diminuir o número de deputados.

São mais de 400 picaretas, como dizia o ex-presidente Lula, quando ele era mais sincero. Gastam nosso dinheiro num orçamento altíssimo para entregar pouco serviço. Deputado só trabalha quando é para tirar vantagem própria, certo? Esta é uma generalização fadada à imprecisão. É injusta com alguns deputados sérios, mas, estatisticamente, é verdadeira.

Solução? Se os deputados não trabalham ou, quando trabalham produzem leis ruins, podemos, pelo menos, diminuir o número deles. A proposta é reduzir o número de deputados para um para cada milhão de habitantes. O número de deputados de cada estado seria calculado pela população do estado dividida por um milhão. O resultado seria então arredondado para cima aumentando o número total dos nossos representantes na Câmara dos Deputados. Ficaria algo como 200 pilantras, perdão, digníssimos representantes do povo. A redução para menos que a metade do número de deputados hoje em liberdade, digo, atuando, traria a vantagem imediata de reduzir o custo da Câmara à metade e também cortando ao meio toda a cretinice gerada pela Casa.

Esta é outra a ação interessante por não permitir que os políticos atualmente aboletados no poder possam inventar artifícios para nos enganar. É cortar ou não cortar e ver como o povo reage nas ruas.

Domingo: copa das confederações e copa das manifestações

De O Globo de hoje: “O professor Pedro Malandro já disse que no Brasil, não só o futuro é imprevisível, mas também o passado”

Uma coisa é certa, Dilma dormiu aliviada. Já imaginaram o clima da semana se a Espanha ganha do Brasil nesse domingo? As manifestações iam começar no estádio mesmo. A vitória acachapante da Seleção deixou o povo em êxtase. Por quanto tempo? Pois é, por quanto tempo? Afinal, ganhar a Copa não diminui preço de passagem de ônibus. Que venha a semana!

A Culpa é da Imprensa

Vocês pensam que eu vou reclamar da Imprensa por ela estar dando força para as manifestações. Ledo engano. É exatamente o contrário. Peguei como exemplo a edição de hoje de O Globo. Resumo: 99% do jornal cobre as ações dos vândalos e baderneiros. Procurei no jornal e não vi imagens dos cidadãos que foram às ruas clamar contra corrupção e má administração do dinheiro público. Talvez 1% do jornal trate dos 99% dos cidadãos que foram em paz para rua reclamar. Por quê? Incompetência? Falta de visão? Foco em notícias escandalosas?

Como sou adepto das teorias conspiratórias, vejo a postura da Imprensa como escolha bem definida pelo posicionamento conservador do lado do governo. Também tem o interesse econômico. Aliás, quando é que o dinheiro nao está por trás das ações das empresas? Por que iriam as Organizações Globo informar que o grande investimento na Copa das Confederações, juntamente com seus sócios, prefeituras e a idônea FIFA, está sendo questionado pelo povo nas ruas? Pois é. Não vamos ver nos jornais ou na TV os cartazes pedindo a saída de Renan Calheiros, denunciando as vantagens da namorada do Lula e as conhecidas falcatruas nacionais, que aparentemente estavam passando desapercebidas pelo povo. A cobrança que queremos ter hospitais com padrão FIFA, explode nas redes sociais. Enquanto isso, os jornais publicam esta cobrança num cantinho de página.

Por isso tudo, acho que o povo vai continuar nas ruas clamando por transparência e respeito. Eu apoio.

O que é melhor? Rolex, Omega, Tag Heuer ou … Invicta?

Acreditem: “Há uma boa solução por 100 dólares!”

Estava pensando em investir num relógio novo. Tenho um Omega Seamaster há milênios. Estava na hora de comprar um relógio novo. Qual comprar? Eu gosto do Omega. Passei a vida com um no pulso. Até James Bond, ultimamente, migrou do Rolex para Omega (ver filme Casino Royale). O problema é que um modelo automático (tenho fixação no mecanismo de passar energia para o relógio pelo movimento do meu braço) fica na casa de US$6.000. O da foto a seguir sai por este preço na Amazon. Não se trata de uma bagatela. O Rolex fica um pouco mais caro. O da imagem ao lado custa míseros US$8.300. Não se reprima, caro leitor, você merece, clique na foto e compre na Amazon. A marca Tag Heuer tem a estratégia de se colocar logo abaixo dos clássicos Omega e Rolex. Por US$2.500 dá pra pegar um automático. Veja o modelo aqui do lado: São todos belos e caros investimentos. Entretanto, se pensarmos que no Brasil, para sair do escritório na hora do almoço, é recomendado tirar o relógio do pulso e guardá-lo no bolso, a grana colocada nos relógios de luxo dá pouco retorno.

Aturdido com as opções e os preços, me deparei com o modelo Invicta Men´s 9937 Pro Diver Collection Coin-Edge Swiss Automatic Watch. O design é de uma coincidência enorme com o Rolex. Confiram clicando na foto ao lado:
Comprei o dito pela Amazon mandando entregar no hotel para onde viajei. Seu desenho impressiona quando você tem o dito nas mãos. O vidro é de safira e o fundo é transparente para a gente ver a máquina. O mecanismo automático é suíço. Até agora ele não atrasou nada. Estou deliciosamente satisfeito com minha aquisição. Em tempo: me custou US$270. Tem uma versão igualzinha, com máquina de menor qualidade, que sai por volta de 100 dólares.
Que tal? Dá até para passear na Lagoa, no Rio de Janeiro, sem se preocupar com os assaltantes. Se o ladrão levar, fica como doação.

ainda sobre Santa Maria: acho que eu penso errado

Vejam vocês. Estão correndo atrás de prender e processar os donos da boate Kiss e o pessoal da banda que tocava na noite do incêndio que matou 230 e tantas pessoas lá em Santa Maria. Muito certo. Aqui no Rio, identificou-se que mais de 100 estabelecimentos funcionavam sem alvarás, sem portas de escape adequadas, um show de incompetência do governo, dos bombeiros etc. Aí eu pergunto: se o administrador da cidade (o prefeito!) reconhece que vinha deixando mais de 100 casas funcionando pondo em risco a população, ele nao está reconhecendo a culpa por negligência? Quer dizer que por sua omissão e má administração poderiam ter morrido muitos jovens em nossa cidade? Ué? Nao seria o caso de mandar prender o prefeito? Ele poderia ser magnânimo, dar o exemplo e se apresentar numa delegacia da cidade.

Talvez ele imaginasse que as regras de segurança eram cumpridas. Ele nao considerasse possível que os bombeiros façam corpo mole para “detalhes” de segurança. Será que rola dinheiro para soltar alvará? Impossível! Numa terra séria como a nossa. Talvez Eduardo Paes seja um ingênuo bem intencionado. Mas, como ele é o gestor, a gente elegeu ele pra isso, ele é responsável pelo que acontece ou poderia acontecer. Nesta minha linha de raciocínio equivocada, lembro a vocês que ele já é reincidente. Lembram do bonde de Santa Tereza? Até o bonde tombar e matar gente, a prefeitura achava ele uma gracinha. Depois do acidente, verificou-se que era uma lata velha sem freios pondo em risco a vida de todos todo o tempo. Acho que tinha um administrador que não administrava, o Julio Lopes, que ficou na surdina esperando a notícia esfriar.

Pois é, é assim mesmo. A gente assiste as tragédias, ensaia breve indignação e voltamos a nossa postura de carneiro castrado. Eu penso errado.

cada país tem o estadista que merece

Da série “lendo O Globo”

20130122-223111.jpgA imprensa cobriu com atenção a cerimônia de posse do presidente americano Obama. Seu discurso de posse foi uma tomada de posição política a respeito de temas de importância mundial: meio-ambiente, homofobia, direitos femininos, imigrantes. Obama se posicionou os assuntos, traçando diretrizes para o tratamento que terão no futuro. Definia uma agenda não só americana. Tratou do futuro do planeta e da sociedade globalizada.

20130122-223138.jpgEnquanto isso, no Brasil, o ex-presidente Lula é desancado pela imprensa. O trecho da foto ao lado foi retirado de artigo assinado pelo Professor Marco Antonio Vila. O texto é forte, mas não contém inverdades. A figura do grande operário que liderou o país está se amiudando. Com o passar do tempo, seu estilo desatento e oportunista vai se consolidando para os críticos. Aos poucos, essa imagem vai chegar para população. Bolsas Família e outras ações sociais do governo tiram a atenção para sua postura, mas sabe-se que não dá para enganar todo mundo todo o tempo.

a rapariga do presidente

Não uso o substantivo “rapariga” com frequência. Como muito acontece, foi mestre Ubaldo que resgatou a palavra em sua crônica desse domingo. O assunto tratado por ele de maneira sarcástica ou benevolente é mais ou menos se o político pode ou deve ter casos extraconjugais. Bem definida, a questão se mostra irrelevante. O que nos salta aos olhos e agride o bolso é se a namorada do dignitário usa sua proximidade (e bota proximidade nisso) para lotear cargos e liberar pareceres, resumindo, usa a condição de concubina para tirar uma grana por fora. E aí vem a grande questão: o quanto sabia o altíssimo governante e não tomou providências? Será que o entendimento era de que os malfeitos praticados pelos geneticamente bem intencionados membros do PT não podem ser criticados nem vir a público?