Por que é tão difícil conseguir nota fiscal na Mr.Cat?

resposta: é difícil em todo canto!

Sempre é a mesma coisa. Um sapato lhe chama atenção na vitrine, você entra na loja, vem o vendedor sorridente, você escolhe o que quer, experimenta, decide levar. Parece tudo normal. Aí começa a manobra. Continue lendo “Por que é tão difícil conseguir nota fiscal na Mr.Cat?”

Mulher do Ano Polemikos 2003

será a Benedita?

Antes que o ano 2004 acabe temos que escolher a Antes que o ano 2004 acabe temos que escolher a Mulher Polemikos 2003. Sejamos metódicos. Excluímos as bundas e rostos bonitos, procedimento este que restringe radicalmente a pesquisa. No meio empresarial não vimos destaque. Na área de atuação social, Dona Zilda Arns apareceu muito na mídia que resolveu descobrir seu trabalho de toda a vida, já reconhecido aqui e lá fora. A solidez e a dedicação de mais esse Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, que atua em mais de 1.500 projetos na área de saúde e educação, a qualificam para ser a mulher de destaque de 2003 para Polemikos. Mas não nos precipitemos … Continue lendo “Mulher do Ano Polemikos 2003”

O Papa Ataca Os Veados

A competição é a alma do negócio! Não é bem isso. A competição é que chegou ao negócio das almas. Criptográfico? Talvez, um pouco. Explicando: as religiões estão competindo acirradamente pelos clientes, digo, pelos fiéis. Mas, é a mesma coisa, não? Os intermediários de Deus lutam sua cruzada de marketing para obterem os fregueses aflitos que vão soltar a grana na fim do culto. As Igrejas Universais e suas correlatas genéricas saíram na frente vendendo milagres a curto prazo, desbancando a Igreja Católica, que também gosta de grana, mas vende o paraíso depois da morte. A Santa Madre Igreja funciona no mercado de longo prazo, faturando alto com as heranças deixadas para o Vaticano e seus franchises, perdão, paróquias. Mas, o mercado se estreita e as empresas têm que ser ousadas. A Igreja Católica têm um diretor de marketing que merecia passar por umas sessões de tortura da Santa Inquisição. Será que foi ele que recomendou ao CEO do Vaticano (me refiro ao Papa) que seria de bom tom dar uma coça nos homossexuais? Mas o fato é que a Igreja, recentemente, caiu de pau nos pobres gays (e nos ricos tmbém). Voltou a conversa de que veadagem é doença, é coisa do demônio, aquele discurso demente com 2000 anos de idade. Eu não sei não. Pode até ser que os carolas e os enrustidos (são mais ou menos a mesma coisa, né?) se excitem com a caça às bruxas e bruxos. Tá bem que os gays não são o melhor mercado para propalar a castidade, o coito interrompido e a trepada mensal regida pela tabelinha. A jogada pode ser: já que não posso catequizá-los, vamos perseguí-los. Os homossexuais podem estar sendo usados para tirar mais grana dos beatos. Esse dinheiro será, então, canalizado para pagar os processos abertos pelos pais dos meninos que foram abusados pelos padres pedófilos de Boston. Vai rolar muito milhão de dólar da Santa Sé para encobrir este “pequeno” deslize dos padres tarados da cidade. Por sinal, nesta cidade americana, está dura a competição entre os vendedores de prendas divinos. A The Old South Church de Boston criou o receptivo The Lesbians, Gays and Friends Fellowship que congrega a turma alternativa da cidade. Intervalo no discursos irado: “esta antiga Igreja, fundada em 1669, têm uma prática liberal e advoga os direitos dos gays desde de 1972”. Volta a ira: É bom ver que há um racha no discurso furibundo das Igrejas contra o homossexuais. Apesar do quê, registre-se, é uma tradição da Igreja Católica se amarrar às causas furadas. Ela é contra a camisinha, contra o aborto, contra o planejamento familiar. Há coerência nos erros. Tem gente que vê virtude nessa coerência. Eu vejo apenas babaquice.

Homem do Ano Polemikos de 2002

Foi um ano fraco para a escolha do Homem Polemikos. Os corruptos, tradicionais candidatos, em virtude da grande quantidade de casos que apresentaram, ficaram difíceis de se destacar. São tantos que não conseguimos eleger este ano o graúdo, um que sintetizasse a classe, como o juiz Nicolau, o ícone da corrupção em 2001. Vocês já devem ter esquecido, por exemplo, do magnífico marido de Roseana Sarney, o Jorge Murad, o homem que só paga em dinheiro vivo. O cara é tão vivo que acharam 1,4 milhões de reais em notas de R$50 em sua empresa. Até hoje não se sabe quem proporcionou a ele esta grana. Murad, profissional da área, ficou quieto, saiu de cena, e deve continuar atuando em sua lucrativa carreira. Em compensação, o velho patriarca Sarney está nas paradas como líder político apoiando o governo Lula. Somos uma terra de cordiais. Ninguém liga o lustroso cabelo do acadêmico Sarney com as estripulias da filha e marido Murad. Ainda na política, o candidato Garotinho saiu-se muito bem nas eleições presidenciais de 2002, apesar de ter uma manchinha no seu prontuário. São as tais fitas que o ex-governador não deixa ninguém escutar. Prefere ver o diabo pregando na sua Igreja do que deixar a imprensa divulgar suas conversas negociando prêmios em dinheiro para seu antigo programa de rádio. O início de 2003 mostrou que sua eficiência em esconder detalhes de sua história não se repetiu na hora de perceber que seus homens de confiança na fiscalização de impostos estavam ligeiramente mais ricos. Coisinha de 30 milhões de dólares. No mínimo, o pio Garotinho pecou por displicência. Pode ser que o evangélico governador ainda venha a atolar na lama do Silveirinha&Amigos. Ainda não foi sua vez de ganhar nosso laurel. Vamos ver como ele se sai como marido da Garotinha.

Um leitor de Polemikos lembrou de um grande personagem da área cinzenta que existe entre o futebol e a política brasileira. Nas palavras do leitor: “Ricardo Teixeira, apesar das mazelas, cambalachos e falcatruas que acompanharam toda a sua longa gestão na CBF, ainda se manteve na direção da entidade, sobrevivendo ao bombardeio das CPIs. Não satisfeito, ainda pleiteia um cargo de direção na FIFA. E ainda tenta construir uma imagem de dirigente vitorioso, aproveitando o título da Copa do Mundo 2002, ganho com nenhuma gota de seu suor. Portanto, para mim, o Homem Polemikos 2002 é Ricardo Teixeira, a prova viva de que, no Brasil, a picaretagem ainda vale a pena.” Fica registrado o voto do anônimo e sagaz leitor. Ainda teve mais gente importante no futebol. Ronaldo e Romário continuam a escrever suas histórias fora de série. Ronaldo foi o fênix que saiu de um joelho bichado, que muitos achavam ter encerrado sua carreira de atleta, para ganhar a Copa do Mundo e virar o jogador de futebol do ano. Este não é polêmico, é premiado pelos céus. Já o baixinho Romário, apesar da idade provecta, continua perto da pequena área fazendo gols e criando casos. Ele diz que quer chegar aos 1.000 gols. Estamos aguardando.

Na política brasileira, Lula brilhou junto com a estrela do PT. Elegeu-se presidente. Terminou o ano quase como um personagem mítico. Atualmente está em Davos, no Fórum Mundial, botando o dedo na ferida da indiferença mundial dos mais ricos pelos mais pobres. Ele seria a escolha natural para o título de Polemikos. Entretanto, a unanimidade não nos interessa. Vamos dar mais tempo ao metalúrgico para ele mostrar como se sai no poder. Já FHC saiu de cena para entrar na boa vida. Ou continuar a boa vida, porque ele pareceu ter usufruído bem do status de presidente. O pollítico da boa conversa, do turismo com cerimonial, do discurso intelectual, do bom vinho, FHC vai curtir o sucesso em Paris e outros points internacionais. Não precisa de nossa modesta comenda. Que vá em paz.

Na briga entre Bin Laden e Bush, o primeiro continuou a tirar o sono do segundo. Bin Laden, ficando quieto, fez mais mal que se tivesse agido. Ficou todo o mundo esperando outra ação espetacular do magrela de lençol na cabeça. Já, o porta-voz das empresas de petróleo e também presidente dos EUA, George Bush, aproveitou a deixa do Bin Laden para tocar seu projeto de controlar das reservas do petróleo mundial. A Venezuela, coincidentemente – e tem gente que acredita mesmo nestas coincidências –, se desestabilizou. Os EUA prontamente pediram a saída de Hugo Chávez e a colocação na presidência de um político mais maleável aos interesses estratégicos dos americanos. Até hoje Chávez não foi tirado de lá e se não fosse tão pouco fotogênico poderia se tornar um líder contra o poder mundial absoluto dos EUA. Mas, parece que o latino que vai ter maior exposição na mídia em 2003 vai ser nosso Lulinha Paz e Amor.

saddam

Cansados de buscar alguém e desejosos de resolver logo esta pendenga, decidimos premiar o velho George W. Bush. Ele não é brasileiro, mas, convenhamos que seu poder não tem fronteiras. O homem mais poderoso do mundo teve um ano morno. Preparou uma enorme guerra, como fosse uma ereção, e está postergando o orgasmo em busca do motivo que lhe dê o mínimo de legitimidade para bater no Saddam Hussein. O ano de 2002 terminou com mais de 100 mil soldados americanos lá nas arábias prontos para dar uma raquetada no antigo aliado americano. Assim, pela capacidade de sobrevivência, pela competência em esconder as armas de destruição em massa que o Bush diz que ele está preparando, escolhemos o velho Saddam como nosso Homem Polemikos de 2002. Esperamos que este prêmio seja nossa modesta contribuição para a lista de motivos de Bush para invadir o Iraque.

Bin Ladens e Fernandinhos Beira-Mar

Senhores: Peço desculpas aos melodramáticos, mas a tragédia americana de 11 de setembro não me sensibiliza tanto assim. As imagens belíssimas – há beleza dentro da estética da destruição – que a mídia americana usa para mobilizar o povo americano, depois do excesso de repetições, já me causam tédio. Sabemos que o objetivo maior desses rituais de sofrimento é por a opinião pública americana mais favorável a uma tão anunciada invasão do Iraque. Também devemos lembrar que este ano tem eleição nos EUA e os republicanos liderados (?) por Bush não podem perder a oportunidade de emocionar o público e buscar votos.

E o que eu tenho a ver com isso? Não faço parte da corte. Não tenho green card. Não vivo nos palácios de Washington. Por que os problemas dos americanos têm que sobrar pra mim? Tenho que sofrê-los em tempo real, ao vivo e em cores? O ataque terrorista do ano passado faz parte dos custos de ser o centro do poder mundial. Boa parte do que a humanidade está vivendo hoje, seja para o bem ou para o mal, é definida pelos EUA. Sua economia determina o que devemos consumir. Quando sua economia freia, nossos vagões se esborracham e países quebram. Quando eles disparam na fartura, costuma sobrar algumas migalhas para os vizinhos. Em tempo: somos um desses vizinhos necessitados. Poderosos e arrogantes, os EUA não olham pro lado na hora de decidir seu caminho. Eventualmente, passam por cima de países menos avisados, às voltas com problemas menores, tais como, economia fraca, corrupção, traficantes de drogas como um poder paralelo, astronômicas dívidas interna e externa e outras mazelas dos menos dotados. São protecionistas quando lhes interessa e pregam o livre mercado se lhes é oportuno. Se vale a pena para as empresas que elegeram Bush aumentar poluição para ter mais lucros, danem-se os protocolos de Kioto ou seja lá qual for a iniciativa de preservação do meio ambiente, os EUA vão poluir com desenvoltura. Como guardiães da humanidade, os EUA ditam o modelo de governo e economia que o mundo deve seguir. O FMI, por exemplo, serve para zelar pela imposição do receituário econômico aos menos favorecidos. Se o remédio der errado, problema do paciente. Com relação aos governos, os EUA aplicam suas regras com flexibilidade, conforme seus interesses. Por exemplo: à Cuba, toda cobrança de democracia; à ditadura da Arábia Saudita, nadando no precioso petróleo, toda compreensão pelo regime absolutista da família real. Um belo exemplo de dois pesos, duas medidas.

O fato é que os EUA sofreram gigantesco revés em 11 de setembro de 2001. Depois, em retaliação, destruíram um país: o Afeganistão. Porém, até hoje, não conseguiram encontrar os extremamente competentes mentores do atentado. Os terroristas foram completamente bem sucedidos. Colocaram os EUA em pânico, paralisaram o país, mudaram o mundo, chacoalharam a economia mundial, transformaram viajar de avião em um sofrimento e acabaram com a falsa sensação de segurança em que vivíamos. Apesar de todo o poder e tecnologia, os americanos não conseguiram prender nem mesmo quem enviou as cartas com antraz que mataram cinco pessoas.

Fico assistindo enfadado o ritual do topo do mundo chorando seus mortos. Toda a pompa não me contagia. Tenho pena dos infelizes que morreram, mas eles morreram muito longe de mim e de meus problemas tão próximos. Eles não conheceram balas perdidas ou guerra do tráfico. Estou de saco cheio de ver os poderosos se lamuriando. Meu problema está aqui e foram criados pela incompetência dos meus poderosos. Não precioso chorar pelos poderosos de além mar. O desequilíbrio social no Brasil está no limite. Talvez o 11 de setembro de 2002 seja realmente relevante para o Brasil, mas em virtude da rebelião que explodiu no presídio Bangu I. Ali, o crime se organiza e ocupa descaradamente o vazio de poder deixado pelos governos medíocres que se sucedem. Pode ser que nossa versão de 11 de setembro esteja por chegar. Qualquer dia um morro desce e cria uma tragédia no asfalto. Já desceu, mas ainda não chegou à Zona Sul. A tragédia de Tim Lopes foi pouco para mobilizar o país. Esperamos que nosso Bin Laden, cujo nome é Fernandinho Beira-Mar ou Elias Maluco, não seja tão eficiente como os terroristas árabes.

– “As exigências justas de paz e segurança serão cumpridas, ou uma ação será inevitável. Não podemos ficar de braços cruzados sem fazer nada enquanto os perigos se acumulam.” Quem fez esta afirmação, infelizmente, não foi um governante brasileiro preocupado com o problema do poder paralelo do tráfico, foi o presidente Bush se referindo ao Iraque.

Perdas

Em dado momento da história, Lewis, instigado a rememorar uma grande perda, relata sua experiência, aos 9 anos, quando do falecimento de sua mãe. O escritor acrescenta o detalhe banal de que nessa época ele tinha dor de dente e queria o colo da mãe, mas ela não estava mais lá.

Recentemente, esbarrei, na tevê por cabo, com o filme Terra de Sombras (Shadowlands, 1993), obra de especial sensibilidade, com diálogos memoráveis e elenco de raro equilíbrio, liderado por Anthony Hopkins interpretando o escritor C.S. Lewis em seu belo romance com a também escritora Joy Davidman. Hopkins estava afiado. Recém saído de outra grande interpretação em Vestígios do Tempo, filme do mesmo ano, o ator inglês exibe maestria na interpretação de sutis emoções. Um filme grandioso, bem no estilo do diretor Richard Attenborough, abordando temas profundos tais como: felicidade, relacionamento, amor, deus, morte e a perda de um ente querido. É filme para ver e rever.

Em dado momento da história, Lewis, instigado a rememorar uma grande perda, relata sua experiência, aos 9 anos, quando do falecimento de sua mãe. O escritor acrescenta o detalhe banal de que nessa época ele tinha dor de dente e queria o colo da mãe, mas ela não estava mais lá. Continue lendo “Perdas”